Verdades e Mentiras sobre a AIDS...


Informação nunca é demais....






Hoje (01/12) é o dia mundial de combate a  AIDS, iremos fazer um breve resumo com o que você precisa saber sobre essa doença que sempre está envolta numa nuvem de preconceitos.




A Síndrome da imunodeficiência humana, causada pelo vírus HIV, tornou-se uma grande praga da humanidade. Seus mecanismos comprovados de transmissão são:


  1. Contato sexual sem proteção;
  2. Inoculação de material contaminado (seringa usada, transfusão de sangue contaminada, transmissão de mãe para filho durante o parto).


Importante: Aperto de mão não transmite… abraço não transmite… Beijo na boca? Bem, a transmissão não foi provada até hoje. Picada de mosquito também não transmite…




O que a Aids faz?

O vírus destrói aos poucos células chamadas linfócitos T. Essas células são como as coordenadoras da defesa do organismo. Sem defesa, o organismo fica vulnerável a doenças que normalmente não temos. E sem defesa, essas doenças podem ser fatais. E são.



Não é a AIDS que mata, são as doenças que aparecem secundariamente. Outra distinção importante é Soropositividade e AIDS. O soropositivo é o paciente que é portador do vírus, mas clinicamente é normal. O termo aidético, se refere ao paciente que já tem manifestações clínicas da doença, normalmente aqueles em estágio terminal.

Porque o preconceito?


Porque o aparecimento inicial da AIDS se deu principalmente entre a comunidade gay e os usuários de drogas.



Mas atualmente o grupo no qual a doença mais cresce são os heterossexuais. Era comum nos hemofílicos, portadores de deficiência da coagulação, que precisavam de transfusão, em época sem controle – Exemplos: O cartunista Henfil, músico Chico Mário e o sociólogo Betinho (ambos irmãos), que morreram em conseqüência da AIDS, pega em transfusão.




Muitas crianças também são contaminadas no parto. Ainda existe muita desinformação à respeito da doença. Existe a visão de que AIDS é coisa de drogado e homossexual, e que quem pega AIDS está condenado à morte. Veremos que não é bem assim.

Alguns fatos sobre a Aids:


  • Na hora do tesão ninguém quer saber de camisinha. Não adianta chorar depois.

  • AIDS não mata. O que mata são as doenças causadas em consequência da imunidade baixa

  • O risco de transmissão no sexo anal é maior. Este foi o principal motivo do surgimento inicial da AIDS na comunidade gay. Deve-se ao fato que a mucosa anal tem menos defesa e além disso, ainda sofre micro-rachaduras durante a transa.




  • Você pode ter AIDS e nem saber. O início da doença é sem sintomas. Pode levar anos até começar a manifestar.

  • Um paciente com AIDS pode ter vida normal. Vou entrar aqui no tratamento. O que ocorre é que avaliam-se dois parâmetros. A carga viral (que é a quantidade de vírus circulante) e a carga de CD4 (que é o tipo de linfócito T atingido). Quanto menor a carga viral e maior a quantidade de CD4, melhor.


Um vírus como o da AIDS só se reproduz dentro da célula. Ao terminar, ele destrói a célula, e as cópias vão invadir outras. O coquetel age aqui. Ele impede a reprodução do vírus. Ou seja, o vírus está lá, mas não se reproduz, não arrebenta a célula, e não vai pro sangue contaminar outras. Logo, a carga viral permanece baixa.

E a carga de CD4 se mantém, impedindo a queda da imunidade. Portanto, se a replicação do vírus for controlada indefinidamente, a pessoa pode levar uma vida produtiva e normal. Magic Johnson, há 15 anos com AIDS e vivíssimo, que o diga!

Só não pode haver falha no uso do coquetel, senão o processo recomeça e ainda pode ocorrer resistência do vírus ao medicamento.


  • A chance de um homem pegar AIDS em relação com mulher é menor que o contrário. Isso porque o tempo de contato da mulher é maior, já que o sêmen permanece lá dentro. Já o homem, tirou, acabou.




  • Em presença de alguma outra DST(doença sexualmente transmissível), o risco de contágio aumenta muito. Além da ulceração diminuir a proteção da pele, costuma-se dizer que as DSTs andam juntas.



  • Gozar na boca ou engolir esperma transmite sim. Já na pele, só se tiver ferida.





  • No sexo oral o risco existe, não vamos mentir. Por isso existe camisinha de língua. Mas advoga-se que a saliva mata o vírus. São necessários maiores esclarecimentos da ciência.

Verdades e mentiras

Muita coisa já se disse sobre a Aids, mas nem todas têm fundamento. Veja alguns mitos comuns


  • Beijo na boca transmite Aids


    • Mentira Não há evidências concretas que provem que a saliva seja um meio transmissor do HIV. A saliva contém substâncias, como enzimas e anticorpos, que eliminam a pouca quantidade de vírus que se encontra na região da boca



  • Mulheres são mais vulneráveis ao vírus do que homens


    • Verdade A mulher tem um risco maior de contrair HIV do parceiro do que o contrário. A mulher recebe o sêmen do homem e tem uma mucosa vaginal (tecido que reveste a região) maior. A mucosa feminina também é mais absorvente do que a do homem. O risco de uma mulher contrair o vírus é quatro vezes maior que no homem durante uma relação heterossexual



  • O vírus da Aids muda tanto que nunca se poderá obter uma vacina


    • Mentira Isso apenas dificulta a fabricação de uma vacina. O truque é usar como alvo do imunizante uma parte do vírus que não muda. Há outras estratégias que estão sendo usadas, como a fabricação de anticorpos que inibem o receptor CCR5, característica que tem sido observada em pessoas resistentes ao HIV



  • Quem doa sangue corre o risco de se contaminar com o HIV


    • Mentira Não há possibilidade de uma pessoa contrair o HIV durante a doação de sangue. O risco de doar é o mesmo e retirar amostras de sangue para um exame clínico. Se o material usado durante o procedimento for estéril, não há perigo. Pessoas que recebem transfusão podem se contaminar com sangue infectado, caso o material não tenha sido testado pelos bancos de sangue



  • Pode demorar anos até a pessoa perceber que foi contaminada pelo vírus da Aids

    • Verdade Uma pessoa infectada pelo HIV-1 pode levar de 9 a 11 anos para desenvolver Aids. Felizmente, hoje, com o grau de informação, as pessoas são testadas e descobrem que são portadoras pouco depois de se infectarem. O HIV-2, encontrado principalmente na África e em alguns países da Europa, leva cerca de 20 anos para causar o colapso do sistema de defesa e desenvolver Aids



  • Existe a possibilidade de o HIV não ser a causa da Aids

    • Mentira A hipótese foi defendida pelo cientista Peter Duesberg, no começo dos anos 90, quando se sabia pouco sobre a doença. Hoje, já existem até fotos do HIV destruindo as células e fabricando novos vírus. Também já se pode contar o HIV no sangue e associá-lo ao progresso da infecção. São provas concretas e inquestionáveis de que o HIV é a causa da epidemia



  • Algumas pessoas são resistentes ao vírus


    • Verdade Há pessoas que não se infectam, mesmo quando são expostas ao HIV. Descobriu-se que isso acontece por não possuírem um receptor (proteína) chamado CCR5, um tipo de "fechadura" que fica na superfície das células de defesa. O HIV tem a chave para essa "fechadura" com a qual costuma entrar na célula. Sem o CCR5, ele "bate com o nariz na porta" e não dá início à infecção. Há outras razões que podem explicar a resistência ao vírus, mas ainda precisam ser mais bem estudadas



  • Não existe Aids na África. O problema lá é causado pela fome, pobreza e outras doenças endêmicas


    • Mentira A fome, a pobreza e doenças endêmicas apenas ampliaram o grau da epidemia de Aids que afeta a África. Não são a causa da epidemia. Tanto que a expectativa de vida depois da Aids caiu drasticamente.O mesmo não foi observado em situações de fome, pobreza e de doenças endêmicas que há vários anos atinge aquele continente



  • Animais não são contaminados pelo vírus


    • Mentira Há um tipo de vírus, uma cepa do HIV-1, que é encontrado em macacos Pan troglodytes troglodytes. Além do SIV, esses macacos também têm o HIV-1, porém não é o mesmo que infecta o homem. Imagina-se que o macaco passou para o homem o HIV-1 modificado, que evoluiu e assumiu a sua forma atual. Os macacos, não entanto, não desenvolvem a doença



O Diagnóstico


Feito por exame de sangue. São necessários dois testes diferentes e positivos para certeza. Entro aqui num assunto estatístico, porque existe uma propriedade inerente aos exames de sangue chamada valor preditivo.

Em grupos de alto risco, um exame negativo tem grande chance de estar errado. Sim, os exames podem falhar, existe uma taxa de falha prevista. Assim como numa pessoa de baixo risco, um exame positivo pode estar errado também.




Aqui vai um grande conselho a quem não usa drogas injetáveis, e raramente faz sexo sem camisinha. Se por um acaso você fizer um anti-HIV e der positivo, você TEM que fazer outro exame. Você pode ser vítima do valor preditivo. Por isso que o diagnóstico de certeza da infecção pelo HIV se dá com DOIS TESTES POSITIVOS, porque aí não tem erro.

A Prevenção


Sexualmente falando, só existem duas maneiras : Abstinência ou o uso de preservativo.




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